Do Cotidiano

Quero beber essa melancolia

como se bebesse um oceano

nas duas torneiras, no fim do cano...

nos olhos que derramam poesia!

A sede tem a textura do pano

que tira tristeza da alegria...

absorve a noite, do dia

nesse meu solar coração humano.

Quero, também, a hemorragia...

a libertação do sangue cigano

que não sabe coagular um ano...

que não pode estancar estadia

pois é mar...e não se prende na pia

desse entupido cotidiano!

11-05-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 14/05/2014
Reeditado em 11/12/2015
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