DO INFORTÚNIO
A um veneno
Na alma dele
Dizem os interesseiros
Querendo possuir
O que podem salvar
Do que
Ficou para trás
E se volta
Volta lá
Pra buscar meios
E não fins
As mão ligeiras
Que constroem
As mesmas cercas
Que destroem
Pra ter o que deixar
Embebido
Numa manta
Um tom ressequido
Falido
Com vontade
Ainda de sair
Podem sair
Num acaso
Confirmado
De alguém
Que buscou o passado
Pra saber
Porque tal e tal
Tem a áurea
Um gosto infernal
Aquela água derramada
Sobre a cabeça
Legou-lhe endemias
A certeza
Mata uma criança
Indefesa
Quando a água
Derramada sobre a cabeça
Inventa depois
Uma festa
Pra coroar certezas
Coloca um véu
Sobre um rosto
Ainda desconhecido
“o velório da alma
é uma manhã expiada
de fora pra dentro
retorcido.”