MEU ESCONDERIJO
Tranquei-me em meu castelo, ensimesmada.
Fechei portas, janelas, ponte levadiça,
sem ter esquecido de nada.
Não deixei uma fresta sequer.
Fiz um casulo fofo e quente,
que protege meus segredos de mulher.
Se, por acaso, encontrares uma fresta,
foi puro descuido dos guardiões
e lamentar é tudo que me resta.
Se nos permeios te aventurares,
vá com cuidado, sem alarde,
sem subtrair frutas dos pomares.
Sou menina crente de poderes
e me encolho para não ser descoberta,
mesmo que sejas especial entre os humanos seres.