A fadinha
A fadinha
A fadinha estava de plantão,
Era a noite que ficava de vigia,
Fazia ronda na floresta,
Por vezes, ir á cidade se atrevia.
De longe avistou uma casinha,
Qual não foi a curiosidade,
Pela fresta da pobre choupana,
Viu uma criança a gemer na cama.
Não se conteve de tanta emoção,
A mãe que chorava,
Com tanta tristeza,
Sua filha definhava em meio a pobreza.
A menina tremia,
Em febre ardia,
A dispensa vazia,
Nada lhe dava alívio.
A fadinha triste,
Voltou para a floresta,
Compartilhou o que viu
Ninguém lhe deu atenção,
Cada uma estava preocupada,
Com sua própria condição,
Dançar com as flores,
Brincar com a varinha,
Tecer presentes,
Vestir-se com majestade,
Banhar-se ao Luar.
Valsavam ao vento,
Riam-se de tudo,
Com o sofrimento alheio,
Não queriam contaminar-se
A criança na cama definhava,
A mãe em lágrimas,
O rosto banhava,
Não restava esperança.
A fadinha compadecida
Pegou uma tesoura cortou os cabelos,
Enrolou-os nas mãos,
Fez um novelo
Correu a tecer um cobertor,
De fios dourados,
Com tanta pressa,
Logo ficou pronto.
Quando a mãe chegou,
Algo diferente notou
Filha de onde veio esse cobertor?
Quem foi o Anjo que nos presenteou?
A menina coitada,
Com voz fraca,
Algumas palavras, murmurou:
-Foi a fadinha que seu cabelo cortou.
A mãe acenou a cabeça,
Mas não acreditou,
A filha delirava,
Mas quem lhe dera o cobertor?
A fadinha, vendo a situação,
Correu até a cidade,
Por comida trocou
Sua varinha de condão.
Novamente a mãe
Espantou-se
Meu Deus, quem fez isso?
Mostre-me quem é o benfeitor.
A mãe abraçou
A pobre filhinha
Meu Deus obrigada,
Algum Anjo nos visitou
A fadinha resolveu
Para a floresta voltar,
Mas as outras fadinhas,
Não a deixaram entrar.
Imagine,
Onde estão os seus cachos dourados?
Seus cabelos estão quase raspados,
Onde está sua varinha de condão?
Quis mostrar que era ela mesma,
Exibiu as asinhas,
Os sapatinhos de cristal,
Mas a expulsaram dali.
A fadinha chorou,
Mas não estava arrependida,
Voltou a choupana,
Para a menina fez companhia.
Coitada da criança
Estava morrendo,
A mãe retornava,
Com ela o sofrimento.
Não podia fazer nada,
Sem sua varinha de condão,
Na testa da menina colocou a mão,
Tomou para ela toda febre e dor.
fadinha cambaleante,
Tomada pela dor,
Caiu a poucos metros,
Não suportou.
Fechou os olhinhos,
Do mundo se despediu,
Sobre seu rostinho,
O orvalho caiu.
Um lindo sorriso,
Seu rosto enfeitou,
A pobre fadinha,
Morreu por amor.
De repente,
Viu-se um clarão,
Anjos em fila,
Uma verdadeira procissão.
Tomaram a fadinha,
Ela levantou,
Sem nada entender,meio atordoada,
Não sabia onde estava
Parecia um grande hospital.
Um senhor com beleza sem par,
Disse-lhe baixinho:
-Você veio nos ajudar.
Agora não és mais fadinha,
Tens nova missão,
De hoje em diante,
Serás um Anjo Guardião.
Polly hundson