AS POESIAS, AS GARÇAS E OS RIOS…
Eu poderia dizer, sem medo de errar,
que as novas poesias estão prontas
almejando alguém vir resgatá-las.
Estão todas estiradas à beira de
um rio; é que antes de voarem
têm de ser pisadas por garças,
tão-somente após “garceadas”
é que voarão para os livros!
Somente terão status e glória na vida,
se além de “garceadas”, trouxerem
sinais de mordidas de jacarés
sobre o dorso; pois que daí,
é que sabemos que foram
curtidas ao sol e nas batalhas.
Nos restos de lodo pode
se ver sinais das vitórias!
Quantas vezes estas poesias tiveram
que esticar o dia pra não escurecer
antes dos vagalumes? Alvoradas
intermináveis, até os pássaros
vir alegrar o rio sonolento;
no canto desses pássaros
exibiram-se aos homens
das canoas de pescas!
Quando prontas e licenciadas a voarem,
são seletivas e buscam grandes poetas
para se dizerem suas bem-amadas
filhas; daí ganham identidade e
respeito para toda a eternidade.
E são dispensadas de acender
os dias e de passearem com
com os peixinhos órfãos!