PURPURINA DA CALÇADA... (107)
Vida pobre, simples, rotineira,
Ela se levanta todo dia, vai á feira,
Sai de casa cedo, a cada manhã,
Buscar seu sustento é seu único afã...
Já foi jovem, achava a vida bela,
É claro que só a viu pela janela,
Da casa simples onde com os pais morava,
Ser uma princesa, quando jovem, sonhava...
Vai para a rua, ganha pouco, condução lotada,
Chora ás vezes, não é o que para ela esperava,
Se pudesse voltar atrás, ao lar retornaria,
Pensava não ser feliz, mas, agora ela sabia...
Ao deitar-se, em seu quarto simples, acompanhada,
Com alguém que conheceu a pouco, na calçada,
Vende seu corpo, barato, aceita sua sina,
Sorri, olha para o céu... E vira purpurina...
Lani