Ecos
Sonhos azuis, pedaços de mim
flutuando no espaço que se fez
Perdidos retalhos velhos
Páginas empoeiradas, páginas abandonadas
Propositadamente entregues ao esquecimento
Sobre a escrivaninha o tempo...
Da janela pendendo negra cortina de cetim
Não se assanha ao sabor do vento
Adormeceu...
Na jarra morrem as flores
secas, desfolhadas, cabisbaixas
O café há muito esfriou
O eco do silêncio agasalhando a cadeira em sua viuvez
Um gato ronronando sobre o desgastado tapete
Galhos tocam a vidraça morrendo de frio
Sob o assoalho da varanda folhas se juntam de mãos dadas
Um quadro surrado pende na parede
Castiçais desocupados, indiferentes
Que estação é essa?