TREM SÃO PAULO
Homem que é homem também não chora no trem!
O Homem trabalhador de SP dorme em pé, às vezes chega na hora, sonha e diz amém; tudo ao mesmo tempo, meu bem!
Senhoras, senhores, mulheres e homens, nesse vai e vem, vão se misturando, às 6am e às 6pm, desde a Barra Funda, passando por Belém, se apertando não sei com quem e sendo empurrados por mais de cem!
Falando em cem, eu vou além...
Para o dinheiro dar até o mês acabar, neguinho aqui tem que rebolar, neném!
Paz, agora, também tá um pouco sem... Mas sempre fomos reféns de certos medos que nesses trajetos não poupam ninguém.
Vamos andar nos trilhos. Não vá descarrilar!
Vem que tem, sem "nhé, nhé, nhen". À noite, de novo, e amanhã quando o dia raiar.
De metrô e de busão, "bão tamém"... A cidade grande lota o dia-a-dia de cada cidadão! De quem?
É "nóis", irmão! Sempre tem corintiano e palmeirense na mesma situação!
Vamos dar as mãos! Com todos se respeitando nesse cotidiano, entre um corrimão e outro, temos muito a aprender mano a mano, mano! Tá ligado aqui?
Olhe aí, eu tô madrugando! Nada de mamão, bolo de cenoura e requeijão. Classe A, classe B e classe você e eu. Bem cedinho, é só passar um café pretinho, rapidinho. Abre o bocão! Depois, uma margarina no pão francês pequenininho... Na correria, um pedaço eu mastigo e outro cai no chão.
Vai pra lá que eu vou pra cá, então!
Zona Leste, cabra da peste!
Olá, Suzete!
Vai trabalhar, Bernadete!
Como tem gente de Minas e do Nordeste!
Zona oeste, de norte a sul...
É a bússola com sotaques que todos têm de aprender...
Pode crer? Pode se perder?! Por aqui vem trabalhar só pitbull!
E tem os truta de Mauá, Santo André, São Bernardo e São Caetano do Sul.
Auuuuuu...
Bjuuuuu!
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