A VOZ DO DILEMA

“O medo é uma

Lentidão do obscuro”

Quer perdurar

Num quarto escuro

Ainda que dia

Persegue as noites

Parecendo

Que está indo

Ao encontro

De escombros

Daquilo que sorriu

Quando sentia

Dores de verdade

Saindo pra dar luz

A outras vontades

Duplicadas

Uma então d’outra

Via que não se unia

A nada

Querê-lo nulo

Vistas de encontro

A um muro tão alto

Onde o cume

Pode ser alcançado

Mais é breve

O que está daquele lado

Irá esgotar súplicas

Então na dúplica

Vais onde contam histórias

É mais tarde a glória

Voltada dos momentos

O pequeno cansaço

Que dorme

Pra viver a soma

Contar quando foi

Que escolheu voltar

Pra sonhar

Outro sonho

gumes de uma faca

Que não fere

Mas divide...

“A dúvida não é

Recado amanhecido

Sem tempo”.