Tropismos...

Euna Britto de Oliveira

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A paz da porta aberta não existe por aqui.

Trancafiados, o portão e a porta.

Os muros não derrotam, mas desanimam a próxima vontade

Dos que amam o alheio...

As crianças, dentro das casas,

Brincam com legos coloridos, de encaixe,

E formam com eles

Castelos, trenzinhos, navios, edifícios

Casas, postos de gasolina...

Eu brinco é com palavras;

Com elas, faço léguas de letras...

O pássaro bebericou na flor

A gota de orvalho

Que o sereno da noite depositou!

Nessa noite, não houve pecado,

Não que eu cometesse.

Girassóis... todos virados para o sol!

Fototropismo nos trópicos!

Tropeço em margaridas,

Todas brancas, todas lindas, todas idas!...

Era na beira da piscina

Que elas cresciam

E se ofereciam, alegres, para as borboletas...

Rosas abstratas, trato-as com cuidado extremo.

Preciso desse perfume para o ciúme de Deus!

Ao canto das cigarras, que me agasta,

Prefiro o silêncio laborioso das formigas,

Que me instrui...

As cigarras estão cantando,

Chamando chuva!...

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 09/05/2007
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