Do Ciúme - II

Achei, no chão pedregoso da minha tristeza

uma flor, que tinha sorrisos em seu perfume...

que escorreu, dentro de mim, feito correnteza

lavando das pedras, o limo de azedume.

A escuridão do meu olhar, se viu acesa

por um frágil e incendiário vaga-lume

que acendeu a fogueira da delicadeza

e, na fumaça, subi a paz até o cume.

As borboletas me afirmaram, com certeza

que toda dor é, na verdade, um bom estrume...

um adubo que enriquece quem o assume...

quem reconhece, no seu chão, a dura pobreza

E o beija-flor...ah, esse sábio da natureza

disse : "seu espinho do amor é o ciúme".

09-05-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 11/05/2014
Reeditado em 11/12/2015
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