DESTINO
Destino não fui eu que tracei
Mas cada passo que tropecei
Em tanto barro que amassei
Formou-se a imagem que sou
Sigo sem estardalhaço
Ao certo não sei aonde vou
Talvez encontre um abraço
O aconchego de um regaço
Bateram dias de cansaço
Sede e fome deram aperto
Sem perder nenhum pedaço
Devorei fruta e o bagaço
Feriram-me estilhaços
Cometi erros crassos
Para tudo tem conserto
Recompus-me aos fracassos
Soube chorar e ser palhaço
Sei quanto queima o mormaço
Desconhecendo do assunto
Escutei sem embaraço
Há momentos em quem paro
A refletir e me pergunto
Corri tanto... por que? pra que?
Sabe? Responda-me... você...