Nua e Crua
Se aos ouvidos me ouço pedindo socorro de um pássaro que voa pedindo sua liberdade que me envolto de seu laço, o passarinheiro se descuidou.
Talvez, de tantas a minha pele saltita que arrepia os meus poros incendeiam que encandeia meu amado e gostoso paladar.
Minhas raízes que o pássaro voou cujo bico bicou minha árvore genealógica que vim buscar.
Sentir em meus lábios o mais árduo sacrifício que arde em temperatura que queima da pimenta arriba saia que provei da tua boca que saia da areia cuja fonte era meu quintal que o pássaro bicou e veio encostar-se ao meu sensível paladar.
Tão nua cujo meus sentimentos que enxergam através do meu olhar.
Tão crua que absorve todo encantamento da introspectividade do meu sonhar.
Tão crua tão nua!
Nua e Crua!
Tão crua quanto meu calçado que varre o caminho do meu sertão arado!
Tão nua, quanto à cachoeira que sem sua manta d'água se conforta com o rio que usa como saia que cobre suas partes mais intimas e guardadas.
Crua e Nua!
Nua e Crua!