O RELATO ILUDIDO

Meia noite

Num canto claro

Do escuro

Quarto agora

Pleno de dúvidas

Deitado

Olhando horas

Que passam

Na inércia

Do que ele pode ser

O vento antes

Sondava

Vontade se criava

Pondo uma taça

Ou talvez mais

Enquanto escutava

Sua mente tendo

Sonhos infantis

Porque sonhos bons

Não são decadentes

Sotão empoeirado

Aonde há papeis

Soltos amarelados

Vozes não mais presentes

Desce

Porque a superfície

Padece

As ilusões onde começam

Tropeçam

Em coisas não vistas

Se as vistas visitam

Espelhos retorcidos

Sou bandido

Condenado

Quarto da inércia

Minha cela

Vida tentada

Pelo outro

Que era outra tão bela

Não queimarei a foto

Que tenho

Meu veneno prefere

Matar-me por dentro.