Relatos do fundo do poço

O fundo do buraco,

não é o fim de tudo.

Visto por outro ângulo,

percebido de outra forma.

Há paredes escorregadias,

Transmitem toda tristeza,

da perda dos dias.

É tão profundo o fundo.

Há olhares apagados.

Vidas sem (re) ação.

Braços que se movem sem motivos.

E do fundo, de onde se pode ouvir,

Os risos de quem longe está dali.

Difícil subir...

Áspera e dura escalada

Limos de indecência.

Lodos de demência.

Escombros caem sobre meus ombros

Cicatrizes nas paredes lamacentas.

Ai então, se percebe,

quanto “se” tem aqui.

A lonjura do fim é ficar no fim

ou batalhar para ir até o fim

de chegar ao começo.

Enide Santos 05/05/14

Enide Santos (meu toque)
Enviado por Enide Santos (meu toque) em 05/05/2014
Reeditado em 06/05/2014
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