SUBITAMENTE

Foi a vela que viu

Ela rezar

De pé no sofá

Sem esperar por nada

Janela vento frio

Se atirar cair

Tempo pintado de

Vermelho-rubro

calçada agora calada

entes fantasmas

de ontem fraquejam

diante da dor

que só ela sentiu

mas não pôde dizer

não escreveu

a policia não achou

o que ela indica

voou do parapeito

como borboleta

dispensa casulo

raro efeito

caiu sobre a água

do rio

corredeiras

alguém se jogue

por lá vá a trás

ela sumiu

estirada

deixou calada

calçada

pintada

de vermelho-mundo

espelho no escuro

também não nos vê

seu quarto ainda

esperando alguém dormir

cozinhou arroz

com curry

pratos limpos

quase sofri

senti algo me agarrar

creio que a alma dela

delicada ainda venerava

quem deixou

pratos em prantos limpos.