Pandora

Outono, folhas caem e o pensamento vai.

Corações bipartidos, repartidos

Todos dentro de casa encolhidos.

Tempo cinzento entregue ao vento.

Quantos outonos já tivemos

Quantos ainda teremos

A natureza não dá saltos

Matos secos, folhas ao canto.

As estações do ano chegam inesperadamente

Que a gente nem sente

Assim é a vida para todo ser vivente

Uns nascem e outros morrem de repente.

Assim foi com o Mamonas, José Wilker, Dona Amora;

Uns vão imediatamente e outros demoram

Mãe Diná não sabia sua hora

E assim vamos colocando nossa vida na penhora.

Senhor, dai-nos uma moratória!!

De vivermos aqui na terra e termos uma longa história

Valei-nos N. Senhora!

Seja nossa mãe intercessora,dai-nos uma vida redentora!

Se a morte vem proeminente

Quero cair fora

Não vem fazer o bota-fora

Gosto de viver com demora

A melhor hora? sempre é agora!

Eu sou da turma que ora!

De dia, de noite, não tem hora.

Este negócio de ir embora, é um mistério...

Como a caixa de Pandora.

Helbert Vinícius de Faria
Enviado por Helbert Vinícius de Faria em 04/05/2014
Reeditado em 10/12/2019
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