Almas Negras de um Purgatório Irreal

Almas negras viravolteiam

em turbilhões os pensamentos

que vagam a esmo pela noite

procurando algum recanto sombrio.

E nas esquinas alguns esquifes

guardam ossadas do além,

guardam histórias de outrem,

guardam cinzas mumificadas.

Almas caminham penadas

pelo frio de outra estação

que não é inverno nem verão;

que não é nas nuvens nem no chão.

E nos becos gritos sinistros

assustam pelas frestas das paredes,

assistem a morte de camarote

e, n’outro lado o lado de lá.

Almas negras distorcidas

em infernos gelados dos espelhos

que refletem convexos e desconexos

os pecados de um poeta insalubre.

E nas portas de um umbral qualquer

um recado curto de absolvição

mas, há um certo grau de expiação

necessário para expurgar o coração.

Almas que vagam sem lucidez

entre versos um tanto quanto meus

mas, há uma certa insensatez

na estrofe que guarda meus segredos.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 04/05/2014
Código do texto: T4793425
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