PORTA JOIAS
PORTA JOIAS
Fernando Alberto Couto
Abandonado, só e fechado
sobre aquele móvel da sala,
esconde aquele lindo anel
que eu havia lhe entregado,
com este coração que cala,
sentindo esse sabor de fel.
Fel na taça onde só vinho,
naquela noite saboreamos,
entre beijos e juras de amor.
Agora, o porta joias sozinho,
me lembra que nos amamos,
pela madrugada e com ardor.
Hoje, a casa toda está vazia,
sem resquícios da emoção
de uma paixão arrasadora.
Não vejo mais luz ou poesia,
reflexo do anel em tua mão
que me acariciava outrora.
Fico, absorto, só recordando
quanto amor ficou no passado,
vendo o porta joias e a porta.
Pois, pra viver, vou sonhando,
como todo louco e apaixonado,
ver tua linda imagem de volta.
RJ – 03/05/14