INSONIA

nasce um anjo

quando morre um gênio

chuva transcorre terra

lagrimas depositam saudades

telúrio metal no sangue

ébrio corpo nesse compartimento

a tangente corre ao olhar

diferente a face

agora terna e imutável

diferente de outrora

de que o agora nada é

mudança na áspera têmpora

que o tempo consumiu com afinco

lembranças cavalgam num rio sem destino

e voltam a margem do esquecimento

pois a dor não perdoa os erros

nem mesmo a saudade basta

a inquietação da ida, da perda, do vão momento...

do seu pobre espirito quebrantado nada restou

apenas a riqueza de um mundo inacabado

num palco lotado de um vazio humanitario

que cabe em apenas um ser

que agora se encontra deitado

num sono profundo ilimitado

de sonhos que o levaram

ao pesadelo de um abismo solitário

chamado insonia.

Cristiano Leandro
Enviado por Cristiano Leandro em 03/05/2014
Código do texto: T4792061
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