ADÔNIS DE MIRRA
Dispenso carro
Pela estrada desabrigada
Agora sou um lagarto
Que não muda de cor
Viro tempestades
De cor
Quando te agarro
Tuas vestes de freira
Não me dizem nada
Nua aninhada em mim
Pelada será seu fim
Anjos cupidos
Flecharam
Abaixo do umbigo
Gritará por demônios
Porque aqui
O inferno treme de pé
Terá saudades
Vez em quando
Olhará minha maldade
Com vistas brilhantes
Boca semiaberta
Ofegante
Abraçará meu corpo
Unhas como facas
Dentes pontiagudos
Derrepente
Somos dois iguais
Sem paz
Sem fôlego
Se amando
Num pelego
D ovelha morta
Por nossa fome
Não me chame
nunca mais pelo
Meu nome
A máscara que vês em mim
que te come
Venera demais
O bronze
Da minha espada
Que se aninha agora
Nesta bainha
Que te mata de fome.