AS CORRENTES

Calabouço

Que ouço

Andando sempre

De um lado

Nunca ao centro

Será um reza?

Um cordel

Sobre uma roda de fogo?

Mistério dos sentidos

O cego longe

Dos ouvidos

Não pode tocar

Na busca semelhança

Lança cartas da sorte

Algumas me dirão

Se posso ver minha ânsia

Morrer

Aqui no escuro

Que perfuro

Que juro poder

Conjuro vocês

Que caminham

Rápidos agora

Batendo tão forte

Minha mente

Que vê a morte

Vós ai de cima

Querem me trazer

Bebida

Vou satisfazer

Esta insígnia marcada

No braço esquerdo

Me sobra ainda

Um dedo

Posso apontar

Onde quero que prendam

Aquele quadro visceral

De Dali

Onde tudo que é sólido

Em vocês vai derreter.