Do Contentamento

Essa ágil alegria, que escapa por entre os dedos

usa a mola dos seus medos (sem a qual, não escaparia)

para fugir todo dia...para torná-los sempre azedos...

esses doces segredos que, se ficasse, lhe revelaria.

Mas posso contar o que sei...o que a vida contou (calada)...

dizer da livre risada que dou como se fosse por lei

e que, quando muito chorei (sem saber que chorava por nada)

transgredi...fiz ser violada...e, assim, só me violei.

Sim, há um mandamento (eu diria, o décimo primeiro)

que livra o prisioneiro das grades do próprio pensamento

e, nesse livramento, dá liberdade para o ser inteiro

pois é, ele, o carcereiro...o que se pensa sofrimento;

sim, a lei do contentamento...de ser do sino, o sineiro...

do jardim, o jardineiro...da alegria, o sentimento.

30-04-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 01/05/2014
Reeditado em 11/12/2015
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