Do Contentamento
Essa ágil alegria, que escapa por entre os dedos
usa a mola dos seus medos (sem a qual, não escaparia)
para fugir todo dia...para torná-los sempre azedos...
esses doces segredos que, se ficasse, lhe revelaria.
Mas posso contar o que sei...o que a vida contou (calada)...
dizer da livre risada que dou como se fosse por lei
e que, quando muito chorei (sem saber que chorava por nada)
transgredi...fiz ser violada...e, assim, só me violei.
Sim, há um mandamento (eu diria, o décimo primeiro)
que livra o prisioneiro das grades do próprio pensamento
e, nesse livramento, dá liberdade para o ser inteiro
pois é, ele, o carcereiro...o que se pensa sofrimento;
sim, a lei do contentamento...de ser do sino, o sineiro...
do jardim, o jardineiro...da alegria, o sentimento.
30-04-2014