Apego
Saem da tua boca
Estes ventos de solidão
Estas ondas de polpa que se esquecem do adeus
Estes calafrios sem moeda de troca
Estas rés que devoram nossa paixão
Desabrigando sonhos que afinal eram só meus
Que diria uma alma orvalhada do mito?
Que não valeu a pena?
Que o infinito se deslembrou da lonjura de seus caminhos?
Que a rosa se machucou nos seus próprios espinhos?
Que os espectadores negaram a versão da nossa cena?
E que o entusiasmo afogou-me o grito?
Ah! Como eu te amo
Amo-te do jeito que a dança precisa da melodia
E do jeito que a loucura se empossa do louco
Que me importa já não constar dos teus planos?
Se nasci sangue e utopia
E só sei jogar esse jogo.
Amo-te, ponto final.