Apego

Saem da tua boca

Estes ventos de solidão

Estas ondas de polpa que se esquecem do adeus

Estes calafrios sem moeda de troca

Estas rés que devoram nossa paixão

Desabrigando sonhos que afinal eram só meus

Que diria uma alma orvalhada do mito?

Que não valeu a pena?

Que o infinito se deslembrou da lonjura de seus caminhos?

Que a rosa se machucou nos seus próprios espinhos?

Que os espectadores negaram a versão da nossa cena?

E que o entusiasmo afogou-me o grito?

Ah! Como eu te amo

Amo-te do jeito que a dança precisa da melodia

E do jeito que a loucura se empossa do louco

Que me importa já não constar dos teus planos?

Se nasci sangue e utopia

E só sei jogar esse jogo.

Amo-te, ponto final.

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 01/05/2014
Código do texto: T4789571
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