PASMACEIRA
 
Nos meus poemas sem tema,
há tristeza, alegria,
uma estranha sinfonia
que se mistura, se move
e a mim mesma me comove,
porque antes... me afligia.
Espécie de desapego
ou, quem sabe, um novo emprego
dos valores que eu tinha,
alterados pelos anos,
que vão passando, passando
moucos, loucos, debandando,
só somando desenganos
na tua vida, na minha,
enquanto o tempo caminha.

Eu observo calada,
sou apenas passageira
da vida que corre apressada,
da vida que corre ligeira,
meio tonta, atarantada,
porque é aventureira.

Quanto a mim... Não sou de nada,
questão final, acabada.