Mundo cão! Imundo!
Na rua,
perdida você está.
Espio de longe,
seu vulto obscuro,
espreita..
Grandes olhos,
esbugalhados,
fora da órbita,
Fome?
Mãos crispadas,
dedos em riste apontam
Não sabe pra onde
não sabe o quê!
Simplesmente não vê.
Chamam-na
a louca da rua!
Ali ela mora.
Feito cão sem dono,
enfiada nos jornais,
adormece.
O ronco dos carros
misturam-se ao ronco da barriga,
Fome?
Viro-me
e sigo meu caminho.
Mais uma vez
lágrimas descem
sorrateiras.
Mundo de cão!
Imundo!