FILHO DA MISÉRIA

O fingimento

Infantil

Distante

Por diante do que viu

Parecia caro demais!

As suas regras

Debochadas

De si mesmo

Eram torpe queimado

Delirante carregado

Uma besta-palhaço

Que ri do próprio veneno

Depois que a moleira

Cobra o filamento

Feito às morais

Criadas pra serem assim

Mesmo que o topo

Sempre diga

O contrário

É caminhando pra frente

Olhando o solo

Que o subsolo

Cai-se defunto

Descobrindo

Abrindo

Caixas a muito fechadas

Lacradas pelo medo

Que a escuridão

Torna então

Vida à fantasmas

Resolvidos

Pela crença

Numa luz imortal

Pra chorar tempestades

Quando mais tarde

Se vê memórias caindo

Num buraco qualquer

Que a superfície

É um enfeite

Por pena

Do que apenas

Se sente

Acorda agora

Do sono profundo

Rosna urso faminto

Pedindo pra entender

Que areias são essas

Cadê o rio

Ainda é frio

Sorriso infantil

Sobe inflama

porta ressecada

talheres limpos

agruras sentada...