In Hoc Signo Vinces

Euna Britto de Oliveira

www.euna.com.br

A primeira estrela, o primeiro rio, o primeiro mar

A primeira árvore, a primeira escola, a primeira professora

O primeiro baile, o primeiro namorado, o primeiro beijo...

Meu primeiro verso, meu primeiro reverso, meu único universo.

Meu primeiro favo de mel foi de abelha jataí,

Que não está mais aí...

Imenso inverno

Com as boas-vontades sumidas

Debaixo da neve,

Dormidas...

Mais profundamente,

O inferno

Com todas as más-vontades

E ausência total de bondades.

Garimpo coisas boas!...

Os móveis de bonecas estão cada vez mais lindos!

O céu, com suas nuvens esgarçadas,

É minha bola de cristal.

Diante dele, contemplativa, fico clarividente.

Muito mais signos recebo, embora menos importantes e menores,

Que o sinal de Constantino!...

Quero fazer uma excursão dentro da semente da mostarda

E depois escalar a vela vermelha

Que tem anjinho branco abraçado.

De volta, escorregar dentro do pratinho raso e decorado

Do castiçal de prata.

Quero aprender palavras novas

Para as velhas coisas

Que faço e refaço.

Estou com dor no corpo.

De fato, é gripe.

Mas a razão primeira

É que meus sentimentos são tão fortes

Que se somatizam...

No vasto universo,

Tanta coisa serviria para quem sabe industrializar idéias

Fazer vitrais com mosaicos de almas

E com nossos enraivados raios armar tempestades

Que descarregassem de vez

O chumbo e o aço congelados

Que pesam sobre o coração do mundo!...

Disseram-me ontem

Que todos os poetas são caóticos.

Ligam-se ao cosmos e ao caos...

Vai ver que é mesmo!

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"IN HOC SIGNO VINCES" - Origem dessa expressão latina:

Segundo Eusébio de Cesaréia, o primeiro historiador da igreja cristã, falecido em 341, foi o próprio imperador Constantino o Grande, quem lhe confessou ter tido as duas visões que o convenceram de que Cristo o escolhera para missões extraordinárias. A primeira delas deu-se nas vésperas da batalha Saxa Rubia, quando ele teria visto no céu, em meio as nuvens, a poderosa imagem da cruz e uma voz que lhe dissera: "Meus Pace est cum Vos . . .In Hoc Signo Vinces" – “Minha paz está contigo... com este signo vencerás”. E de fato, assim se deu. Apesar de inferiorizado, Constantino bateu fácil o então seu rival chamado Maxêncio. Não havia, entretanto, vencido a guerra. Dias depois, em 28 de outubro de 312, um pouco antes de ter que atravessar a Ponte Milvio sobre o rio Tibre, travando uma outra batalha para poder chegar ao centro de Roma, novamente ouviu uma voz. Desta vez ela ordenara-lhe que removesse a águia imperial dos escudos romanos, colocando um outro símbolo no seu lugar. De imediato Constantino providenciou a alteração , afixando neles as letras “chi” (“c” em grego, que tinha forma de um xis) e “rho” (“p” em grego), que vinham a ser as iniciais gregas de Cristo, logo encimadas pela coroa de espinhos. Os inimigos foram esmagados nas estreituras da ponte, e o próprio Maxêncio pereceu afogado no Tibre.

Euna Britto de Oliveira
Enviado por Euna Britto de Oliveira em 07/05/2007
Código do texto: T478815