Pautas de Agonia

Não consigo mais escrever o óbvio 
No óbito das minhas letras diárias 
Velei o lirismo suicida, o pleonasmo
Com meu verso último reguei rosas.

Roucos nos palcos e poetas loucos
Declamam suas rimas encharcadas
De dor nos ventres das almas frias
Pautas de agonia e gastas poesias.

Não escrevo entendendo ser falso 
O tom das cores, pétalas de flores
As juras dos amores decompostos
Impostos debitados na mente seca.

Comi minha fome, bebi minha sede
Despedi meu adeus, guardei o favo
No pote de mel, bravo, meu poema
Travou luta de vida e rito de morte.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 29/04/2014
Reeditado em 02/05/2014
Código do texto: T4788006
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