NOITES ESCURAS!
Faz-se em cascatas dos teus olhos rasos,
Lágrimas em pérolas fios em prata,
E há, do queixume tal querer em cacos,
Tesouro perdido em triste sonata.
Maldito o choro que faz sulco em face,
Da força do amor esculpe o segredo,
Das horas fiéis em sombra ultrapasse,
Martírio de dor em nós o degredo,
Crepúsculo de dias meus enfadonhos,
Quando de ti me perco em desencantos,
Que rouba em meus lábios traços risonhos,
E tece armadilhas em desventuras...
Ah! Dor que fere sem dó e sem trégua...
Vai-se a minh’alma por noites escuras!