FOGO entre NÓS
A face oculta do Rei Canalha está caída na lama
onde a sabedoria foi esmagada pelos robot’s da corrupção,
impassíveis os amantes dão as costas ao tombo do Poder
numa praia de crepúsculos avacalhados pelas gang’s de anjos revoltados
com o céu com o céu decadente de todas as igrejas.
Resta a secreta luta do Tempo do Amor e da Morte, os canibais,
os canibais não se matam antes do verde ser maior que a tecnologia.
os inimigos já não me alcançam, mulher, os inimigos engolem sapos,
incapazes do amor põe fogo nos olhos dos que se assustam com o pôr-do-sol.
Toque-me, mulher, só há fogo entre nós, o fogo é nossa criação.
teu fascínio de felina e ninfa das florestas
me faz sentir um lenhador apaixonado pelas árvores que a ninfa protege.
Quando havia florestas. Quando havia florestas éramos muitos,
eramos tantos que a paixão era lugar-comum em nossa terra
civilizada na magia,
e você passeava nua coberta apenas pelos beijos invisíveis das flores,
teu corpo de canto de rouxinol e gotas de estrela
tuas delícias linguagens para deuses perdidos no Tempo.
Eu ficarei, morto na praia, sepultados os desejos, amiga no amor e na dúvida,
não terei amante que sacie a solidão embaixo das árvores azuladas cheias
dos frutos vermelhos do Amor bem feito.
Eu ficarei mentiroso cadáver encantado de horror, só, amiga no brilho
e na escuridão, despudorado e nojento, o podre a liberdade da insegurança,
nunca mais a desolação sobrará além da festa e da ruína, nunca mais.
Façamos do adeus um princípio.
Joguemos o amor no labirinto que nos tornará invencíveis