BASTA-ME
Minha vida é um devaneio onírico
Uma trama de episódios efêmeros
Um vendaval de ilusões fugazes
a ecoar num precipício profundo
Como culpar a natureza
por ter me dado uma alma desvairada
se eu mesmo me reservo o direito
de gozar dos meus sentidos?
Minhas memórias são tudo que tenho
Recordações vagas e quase apagadas
instantes de perdas e glórias
Basta-me tudo o que sinto
O que meus olhos atilados alcançam pela vista
o longe, a miragem, o tempo em porvir
Os cânticos que se elevam aos meus ouvidos
sibilados nas tardes de ocaso
Os desabafos de paixão e cólera
lapidados em versos