BASTA-ME

Minha vida é um devaneio onírico

Uma trama de episódios efêmeros

Um vendaval de ilusões fugazes

a ecoar num precipício profundo

Como culpar a natureza

por ter me dado uma alma desvairada

se eu mesmo me reservo o direito

de gozar dos meus sentidos?

Minhas memórias são tudo que tenho

Recordações vagas e quase apagadas

instantes de perdas e glórias

Basta-me tudo o que sinto

O que meus olhos atilados alcançam pela vista

o longe, a miragem, o tempo em porvir

Os cânticos que se elevam aos meus ouvidos

sibilados nas tardes de ocaso

Os desabafos de paixão e cólera

lapidados em versos

Klaas Kleber
Enviado por Klaas Kleber em 28/04/2014
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