No Silêncio
No silêncio mais profundo,
Daqueles, no qual se escuta
O toque de um lenço que cai,
É que eu encontro minha paz.
E sempre, e cada vez mais,
Ando aprendendo que a vida
De cada um, é o que pode,
E o que precisa ser.
E o que eu não puder fazer,
Não estando ao meu alcance,
Deixarei sempre à deriva,
À espera do momento
Que arrebate aquele instante...
Sou bem menos que eu pensava,
E acho que menos ainda
Do que dizem que eu sou,
E ainda bem menor
É minha alma perdida
Que caminha sem destino
Nos corredores da vida...
Mas mesmo sendo uma chama
Na qual, com orgulho, alguém pisa,
Minha alma não se apaga:
Sobrevive à queda livre
Da intenção envenenada.