Através dos Espelhos Inversos.
Teus olhos falavam em linguas estranhas,
Não sentia verdade neles,
Eles roubaram a lua.
Lembro-me da face nua,
Que se escondia atrás dos espelhos inversos.
Não tinhas nome de gente,
Nem ao menos sua alma era imortal,
Todas as noites desfalecia,
Mas amanhecia mais bela.
Pois da morte trazia a vida,
Para aqueles olhos estranhos e belos,
As tuas veias sangravam poesia,
E quando era dia,
Teu seio era o mais belo verso.
Não leia meus pensamentos,
Não te deixaria dormir a noite,
Pois tua imagem distorcida habita neles,
Quando atravessava os espelhos do destino,
E de homem velho e feio,
Me via novamente belo e menino,
Com estrelas na face,
E brilho nos sonhos.
Mas as esperanças viraram cacos de vidro,
Perdidos nas lacunas do tempo,
Onde alguns momentos se apagaram,
E mudaram a face,
Desses olhos na frente do espelho.