O GRITO DO ESPELHO

No casarão antigo
Da memória
Ficou perdida
Num canto embolorado
De algum quarto escuro
A minha infância

Vagando pelo corredor deserto
Procuro-a com ansiedade

Mas em cada cômodo que entro,
Ao transpor cada porta
O que vejo é um espelho
A mostrar-me, impiedoso,
Gritando com seu silêncio,
Que a infância está morta.