O ÚLTIMO VERSO

Faltou-me ar

Devagar

Fôlego se apaga

Ela nem sente

Mente querer mais

Viajo ao longo

Da estrada

Podemos parar

P’ra ver o sol poente

Deitar vendo a pressa

Incoerente

És a dama do cavaleiro negro

Ele está sempre

Fora do tabuleiro

Por isso te entrego

Uma rosa roubada

É um conto de fadas

Esse aviso de pare

Atravesso pontes

Cancela pra passar

Desejam me ver

Antes de ser

“Como mira do algoz

Ao desprotegido

Gato frígido

Pra não despertar

Leão”

Por isso roubei-a

Tão linda disposta

no anteparo da janela

Do apartamento

tão bela

agora vestida

com minhas roupas

me enlouqueça

se perco meu fôlego

falta ar

onde há fogo...