AS IDADES APENAS CONTAM
Viva intensamente
o poder do verbo
ambição
indo a frente
colisão de ideias
sobre o futuro
lhe dirão que antes
podia ver animais
nas gaiolas
sentindo
folhas caindo
chuva dos verões
que não molha ninguém
de febre alguma
a menina que se arruma
pra ver-se invertida
suspira um ultimo
grito
desabafo infinito
desejos caídos
palavras escritas
cansadas de reservas
títulos uniformes
as poses do vacilo
desliza por segundo
escravidão na ordem
da volúpia
"a dama antes venerada
por ela mesma
vira menina
sentada sempre a espera"
sapato descalço
no asfalto verde
olhos à frente
corpo inocente
a estrada adiante
ainda é desconhecida
o tempero da vida
é uma dúvida
viva
pra ser entendida
morre coerente!
...tarde na rodoviária
a esmo
ela passa com um
travesseiro
e eu com um
cigarro aceso.