É preciso dizer.
O mundo e suas formas, a tensão. Uma sensação estreante que nunca cessa. Esse transbordar de coisas aladas esperando a manifestação do dizer.
-Eu digo!
Mas o que digo. Só o mundo diz, nas suas formas, no seu eixo, nas suas curvas, nem são curvas, nós que requeremos o ser.
-Mas o que queremos!
O doce está amargo hoje. Mas o que é doce?
Então dizem, o gosto é do mundo. Nós é queremos, dizemos e sentimos, então concluímos, -é doce.
-E o que é o doce, o que é o mundo?
Dizem que é azul, verde, quente, frio. Mas o que são todas essas coisas, no fundo, nada dizem.
-Então sentimos.
Certo! Mas o que sentimos, o doce? E quando sentimos como dizemos, é doce?.
Dizer é nosso retorno ao mundo.
Então nosso mundo é tudo e é nada, é doce e é amargo, é frio e é quente, é o contrário do que conhecemos e quando conhecemos, dizemos, é doce, quando falta, é amargo. Só o sublime doce nos salva. Mas o que é o doce?
- Se não é doce, melhor dizer, o que dizer?