ESPELHO
Não me diga
Pra não chorar
Não me diga
Que o choro
É a arma do covarde
Pode ser
Que você esteja certo
Mas é com lágrimas
Que eu lavo minha alma
E a minha lágrima
A água lava
Mas minha mágoa
Nem o tempo apaga
Se sou um perdedor
A culpa não é minha
Dizem que é do sistema
Não sei
Já procurei tanta saída
Que nem sei mais
Onde é a entrada
Estava escrevendo um poema
Me perdi
Acabou a inspiração
Cortaram a luz...
S. Paulo, 30/09/1997
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