Aos que me perguntam

Aos que me perguntam se posso viver sem ti,

Respondo que sim, por certo, mas só uma parte,
Justamente a parte insensível e fria que abomino;
Outras mãos não me despertam este frenesi,
Que sinto quando me acaricias e, sem fazer alarde,
Me acolho em teus braços, confiante como menino.

Por certo, se um dia me deixares, não morreria,
Mas esta parte resultante do que fui, do que sou
Quando estou contigo, não beijará outros lábios,
Onde não encontrará teu sabor em tarde baldia,
A rememorar por todo tempo o quanto te amou,
E a tentar decifrar-te em cartas, em alfarrábios.

Por certo, também, seria em vida bem mais tristonho,
Por saber que não mais me perderia em teu olhar,
Que não mais secaria tuas lágrimas com meus beijos,
Que minha realidade não mais seria este sonho
Que vivi em teus braços, por todo sempre a te amar,
Tendo-te a meu lado, a realizar todos meus desejos.

Sinto-me forte, mas bem mais forte é esta debilidade
Que me assalta, que me aflige, que me angustia,
Ao ver que és tudo que necessito em minha lida,
E se hoje me sinto perdido, apesar da felicidade,
Por saber que foste minha, ao menos por um dia,
E que sempre estarás comigo, por toda minha vida.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 27/04/2014
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