Depois da meia noite

Não, não era bem o esperado, futuro predestinado,

percurso mal calculado.

Me perdi em devaneios.

Tempo bom, lugares feios.

Assentimental, tão abusado, amor labial.

Não passou de lábia, não bastou derramar lágrimas,

inesperado absurdo carnal.

Me fez tão bem, me fez tão mal,

me faz um chá, me encontra lá.

Lado a lado na cama, dormindo de concha.

Concha univalve.

Sozinho, acompanhado, caminhos errados.

Indigestos triunfos, mal traçados refúgios.

Não, não foi bem assim.

Presentismo mal celebrado, talvez por mim.

Devorado de passado.

Eduardo De Caneda
Enviado por Eduardo De Caneda em 27/04/2014
Código do texto: T4784583
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