O SERENO DO TAMBOR

Ò doce loucura

tenho vinho azedo

aguardente

feita de saudades

frequentes

nada mais me resta

é a fresta

que abro apenas

pra ver o deserto

que construí

derrotou o último

sopro da vontade

e se abriu

pra soltar suas ilusões

profundas

num pulo alegre

diante do nada

fome de tudo

na calçada

quem entendia do assunto

centenas de um mundo

que priva de ouvir

o abismo

só olha por interesse

e cinismo

de quem pode dar

meia volta

por inteira desprezar

sair divagando

coisas que vê

como fotos

numa tevê

em preto e branco

muda

era o vestígio

das aparências!