"InvejaDMIRADA"
Eu tenho um quadro que fala
Tenho um poema que agita
Tenho uma inveja que mata
Tenho um desejo que grita
Tenho também uma culpa dizendo que não faço novidade apenas cobiço o inanimado
Sinto muitas vezes que aquele poema daquele poeta me pertence
Olho pro alheio e a arte acha que sou dela
Me toma nos braços em goles sedentos
Cospe meu bagaço desnorteado
Arranca minha idéia, sobra de ontem
fazendo dessas poucas palavras
um mescla-mescla, colcha de retalhos
Por isso a possessão...
Por isso a apropriação
Por isso a fumaça fria indevida
Por isso sinto a espinha quando respiro...
Por isso faço, refaço e desfaço o que não é meu.
Por isso perco meu tempo com tudo aquilo que me despertence