ENSINAMENTOS PARA OS HOMENS
Devem, mesmo, aprender não a amar
Todos os demais seres humanos,
Mas sim (e sempre é) a respeitar
Seus iguais e, também, os diferentes;
Do seu pai aos fulanos, sicranos...
O amor é egoísta, excludente.
Não que seja ruim, ao contrário,
É tão nobre que só se dá, sente
Sonha, a poucos; é como presentes
Protegidos num raro sacrário.
Devem mais, entender que a existência
Não é dádiva, e sim um estado,
Em que se tem fé, amor, ciência...
Em que tudo acontece por causa
Ou acaso, ação e resultado.
A existência, ou viver, vale aquilo
Que se aceita ou se atribui.
Crer ser parte de um grande sigilo
Nada serve, só mantém em pausa
Pensar em quem se é, o que possui...
E entenderem que mesmo se alguém
Acredite no que diz, confesse.
Não implica ser válido, nem
Que ele esteja dizendo a verdade,
É só o certo que ele conhece.
Vale a pena pensar nos diversos
Atos dos homens se vendo num jogo.
Mas, quer juntos, quer longe ou dispersos,
Mostram ser, dentro de uma unidade,
Todos os animais usando o fogo.
O homem pára, age, vive, acredita
Nele, e ser vão tudo mais que existe
O homem não deduz, só crê. Evita
Sempre as constatações não amenas;
Como um fraco, se não foge assiste.
Viver não pode ser de qualquer jeito,
Deve haver algo não-relativo,
Haver algo que vale ser feito.
Se não houver restará apenas
Desistir, ou criar um motivo.