ENSINAMENTOS PARA OS HOMENS

Devem, mesmo, aprender não a amar

Todos os demais seres humanos,

Mas sim (e sempre é) a respeitar

Seus iguais e, também, os diferentes;

Do seu pai aos fulanos, sicranos...

O amor é egoísta, excludente.

Não que seja ruim, ao contrário,

É tão nobre que só se dá, sente

Sonha, a poucos; é como presentes

Protegidos num raro sacrário.

Devem mais, entender que a existência

Não é dádiva, e sim um estado,

Em que se tem fé, amor, ciência...

Em que tudo acontece por causa

Ou acaso, ação e resultado.

A existência, ou viver, vale aquilo

Que se aceita ou se atribui.

Crer ser parte de um grande sigilo

Nada serve, só mantém em pausa

Pensar em quem se é, o que possui...

E entenderem que mesmo se alguém

Acredite no que diz, confesse.

Não implica ser válido, nem

Que ele esteja dizendo a verdade,

É só o certo que ele conhece.

Vale a pena pensar nos diversos

Atos dos homens se vendo num jogo.

Mas, quer juntos, quer longe ou dispersos,

Mostram ser, dentro de uma unidade,

Todos os animais usando o fogo.

O homem pára, age, vive, acredita

Nele, e ser vão tudo mais que existe

O homem não deduz, só crê. Evita

Sempre as constatações não amenas;

Como um fraco, se não foge assiste.

Viver não pode ser de qualquer jeito,

Deve haver algo não-relativo,

Haver algo que vale ser feito.

Se não houver restará apenas

Desistir, ou criar um motivo.

Vagner Ferreira
Enviado por Vagner Ferreira em 07/05/2007
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