Meu

O meu querer é aterrado no colo
É o som do violão na triste tarde
É o corpo da canção no espírito
É o dorso da volúpia do covarde.

O meu atrever é alterado no dolo
É  meia palavra que não se basta
É a casta freira e nua sexta feira
É a casca da fruta, doce na pele.

O meu prazer é extasiado no polo
É a serpente que não usa o dente 
É o doente mental, o fulano de tal
É a calma do mal, a morte normal.

O meu nascer é fabricado no solo
É o barro vivo nas mãos de Deus
É o sarro de Adão, a grávida Eva
É o jarro bizantino, cacos no chão.
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 25/04/2014
Reeditado em 28/04/2014
Código do texto: T4782863
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