POEMA MARGIERÓTICO
Bato no punho
uma punhetada de versos
para me afrontar os sentidos...
Deixo a deslizar para baixo e para cima
os dedos calados em frenesi
até que haja a ejaculação da ideia...
O verbo em carne!
Passo a ponta da língua
para salivar o corpo palavreado
nas linhas tórridas
do colchão branco que forra a ideia.
Confundo o verbo com a palavra
entrelaçados, fundidos
no mesmo espaço
em êxtase!
Sacio, recomeço o jogo
pelos mamilos dicionarizados...
Na ponta dos dedos
vou dedando, apalpando em sutilezas
até jorrar em fogo de contentamento
uma punhetada de versos
na cor deleite para o poema ser criado.