Tem um buraco no que eu vejo
Que não me deixar ver o que eu olho
Quando eu olho pelo buraco do que eu vejo
Que não me deixa ver o que não olho...
Este silêncio que guardei a vida inteira
A vida inteira comendo minhas palavras
A falsa ou a verdadeira, a última ou a primeira
A palavra nem pensada ainda não nascida
Do buraco mais fundo do silêncio
Que era por não ver o que não olhava...
Gritava em mim algo que era sem querer,
Enquanto tudo sem saber nem se importava,
Restava apenas alguma coisa por sentir,
Mas de sentir era tudo o que não guardava...
Aguardava um tempo de tudo de novo outra vez
Um tempo novo repleto das mesmas coisas todas,
O olhar e o olho e um olho dentro do buraco,
Que inventava luzes e cores e formas, palavras,
As palavras que cuidei de guardar a vida inteira,
Todas não nascidas ainda desse silêncio sem cor...
Que não me deixar ver o que eu olho
Quando eu olho pelo buraco do que eu vejo
Que não me deixa ver o que não olho...
Este silêncio que guardei a vida inteira
A vida inteira comendo minhas palavras
A falsa ou a verdadeira, a última ou a primeira
A palavra nem pensada ainda não nascida
Do buraco mais fundo do silêncio
Que era por não ver o que não olhava...
Gritava em mim algo que era sem querer,
Enquanto tudo sem saber nem se importava,
Restava apenas alguma coisa por sentir,
Mas de sentir era tudo o que não guardava...
Aguardava um tempo de tudo de novo outra vez
Um tempo novo repleto das mesmas coisas todas,
O olhar e o olho e um olho dentro do buraco,
Que inventava luzes e cores e formas, palavras,
As palavras que cuidei de guardar a vida inteira,
Todas não nascidas ainda desse silêncio sem cor...