Duetto Finale - O muro

Um muro se ergueu entre nós

Sem fendas ou fissuras

Ouço o lamento vibrar-me o peito

Enquanto seu rosto se transforma em lembrança

A pior incapacidade amarra seus sonhos

Não as suas mãos

Que, mesmo desatadas, não se movem

Pois não se muda aquilo que nunca foi

Teus olhos profundos de enigma se revelaram

Agora são previsíveis, fúteis, vis

Os atos que antes me encantavam não eram seus

Eram só os meus devaneios externados

A eternidade se fez momento tantas vezes

Eterna agora só a tua imagem vacilante

Que mesmo em face da furtividade

Fica rodopiando em pensamento

Um dia você me disse

Que se eu soubesse o que havia em sua mente

Jamais me aproximaria

Hoje eu sei

Hoje eu sei

Não há nada.

Deperiret Sonus
Enviado por Deperiret Sonus em 22/04/2014
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