Duetto Finale - O muro
Um muro se ergueu entre nós
Sem fendas ou fissuras
Ouço o lamento vibrar-me o peito
Enquanto seu rosto se transforma em lembrança
A pior incapacidade amarra seus sonhos
Não as suas mãos
Que, mesmo desatadas, não se movem
Pois não se muda aquilo que nunca foi
Teus olhos profundos de enigma se revelaram
Agora são previsíveis, fúteis, vis
Os atos que antes me encantavam não eram seus
Eram só os meus devaneios externados
A eternidade se fez momento tantas vezes
Eterna agora só a tua imagem vacilante
Que mesmo em face da furtividade
Fica rodopiando em pensamento
Um dia você me disse
Que se eu soubesse o que havia em sua mente
Jamais me aproximaria
Hoje eu sei
Hoje eu sei
Não há nada.