Velório
Soando o sino,
suando a pele.
Os sexos sujos,
seus risos alegres.
Seus risos alegres
transbordam tristezas,
que dizem verdades,
que cortam cabeças.
Do nada se acha,
achada se perde,
seu mundo vai longe,
aonde não deve.
Do nada se cria,
criada se espicha,
para todos os lados,
todos os dias.
Não sei de onde vem,
sozinha ela ri.
Sentada sozinha,
sozinha ela ri?
E sozinha ela anda,
por ruas e mundos,
todos vazios,
formando escudos.
Sozinha se vai
mantém o sorriso,
seus tristes olhos,
seus tristes mundos.
Não sei porquê rimo,
da rima não gosto,
rima não tenho.
Rima? Velório.