AS RUAS DA MINHA ALDEIA!
As ruas da minha aldeia
Trazem ouro no pisar
São aplausos prá plateia
Grãozinhos, de fina areia
Que eu tento sempre amar!
São de prata reflectida
E dão brilho à noite, fria
Ganham ainda mais vida
Se escutam em contrapartida
Partes da minha poesia!
Elas me viram nascer
Foram berço e jardim
Conhecem meu padecer
E em cada alvorecer
Têm pedaços de mim!
As ruas da minha aldeia
Nas pedras que sempre acato
Embalam linda sereia
E no livro da epopeia
Mostram bem o meu retrato!
Nelas há casas, vedações
Pessoas passando a sós
Que emocionam corações
E de entre as multidões
Levam traços de uma voz!
Olhares serenos, aflitos
Quando o sino vai tocando
E as pedras soltam-se em gritos
Porque há meninos bonitos
Também a rua…alegrando!
É justo querer perguntar
Pra acalentar minha ideia
Se as canções que vou cantar
Deixam-me de igual passar
Nas ruas da minha aldeia!